No início do período colonial, o Brasil enfrentava desafios significativos relacionados aos meios de troca. As transações eram frequentemente realizadas através do escambo, onde produtos como açúcar, tabaco e pau-brasil eram trocados por outros bens, já que não havia um sistema monetário estabelecido.
A primeira moeda a circular oficialmente no Brasil foi o "Real", introduzido no século XVI, durante as capitanias hereditárias. Contudo, sua circulação era limitada, e muitas vezes dependia da chegada de navios vindos de Portugal carregados com estas moedas. Além do Real, circulavam no Brasil as moedas estrangeiras trazidas por corsários e comerciantes, como o "espanhol" (moeda de prata espanhola), que era bastante aceito devido à sua quantidade expressiva de prata.
Durante o século XVII, com o crescimento das atividades coloniais, o escambo já não era suficiente para atender às necessidades comerciais. Foi quando o "Réis", uma variação do Real, começou a ganhar popularidade. Este período de transição foi marcado por graves carências de moeda, fazendo com que as câmaras municipais emitissem moedas próprias conhecidas como "barras de ouro com selo". Embora não fossem moedas no sentido estrito, serviam como um importante meio de troca nas transações locais.
A introdução do dinheiro trouxe mudanças significativas para as trocas comerciais, permitindo que estas se tornassem mais eficientes e menos dependentes do valor imediato dos bens trocados. Com uma moeda em circulação, os colonos puderam determinar preços mais precisos para os produtos, facilitando a negociação e a armazenagem de valor.
A chegada da moeda também teve um impacto profundo na estrutura social da colônia, com a formação de uma elite mercantil que detinha o controle sobre os bens de troca e os valores metálicos. Essa transformação foi crucial para o desenvolvimento das vilas e cidades, impulsionando o crescimento de um mercado interno mais estruturado.
Apesar dos desafios iniciais e das limitações na disponibilidade de moedas, a introdução da moeda no Brasil marcou o início de uma nova fase nas transações comerciais. Ao possibilitar maior fluidez nas trocas de bens, a moeda desempenhou um papel fundamental na construção das bases do comércio dentro do território colonial, contribuindo para a evolução das práticas comerciais da época.